São José Operário, exemplo de honestidade e vocação
No dia 1º de maio, a Igreja celebra o dia litúrgico de São José Operário, fazendo memória ao pai adotivo de Jesus, protetor dos trabalhadores e Patrono da Igreja Católica. São José, carpinteiro de profissão, exerceu com muito zelo e carinho o seu ofício, o ensinou a Jesus, e dele tirou o sustento da sua família com honestidade. Mas como surgiu a devoção a São José Operário?
Em 1937 o Papa Pio XI (1922 – 1939) recorreu a São José, a fim de que o Patrono da Igreja intercedesse a Deus e a Jesus Cristo pelo livramento da Igreja Católica dos erros do comunismo. Em sua Encíclica “DIVINIS REDEMPTORIS n.º 82” sobre o comunismo ateu, ele disse:
“E, para apressar a ‘Paz de Cristo no Reino de Cristo’, por todos tão desejada, pomos a grande ação da Igreja Católica contra o comunismo ateu mundial sob a égide do poderoso Protetor da Igreja, São José. Ele pertence à classe operária e experimentou o peso da pobreza, em si e na Sagrada Família, de que era chefe vigilante e afetuoso; a ele foi confiado o Deus Menino, quando Herodes mandou contra ele os seus sicários. Com uma vida de fidelíssimo cumprimento do dever cotidiano, deixou um exemplo de vida a todos os que têm de ganhar o pão com o trabalho de suas mãos e mereceu ser chamado o Justo, exemplo vivo daquela justiça cristã, que deve reinar na vida social”.
Naquele mesmo momento, os fiéis e devotos de São José começaram a suplicar, pedindo a intercessão do Pai adotivo de Jesus pelas causas trabalhistas, já que naquela época a ameaça do comunismo no mundo pairava, causando assim preocupações a classe trabalhadora, bem como, também, à Igreja Católica.
Com isso, já em 1955 foi declarado pelo Papa Pio XII (1939 – 1958), que, a partir do dia 1º de maio, seria comemorada a festa litúrgica de São José Operário. Ele disse:
“Amados filhos e filhas, presentes nesta praça sagrada, e vós, trabalhadores de todo o mundo, que abraçamos com ternura e afeição paternal, semelhante àquela com que Jesus trouxe a si as multidões famintas da verdade e da justiça. Tenha a certeza de que em cada ocorrência você terá ao seu lado um guia, um defensor, um pai. Diga-nos abertamente sob este céu livre de Roma: Você será capaz de reconhecer, entre as tantas vozes discordantes e enfeitiçantes que se dirigem a você de vários lados, algumas para minar suas almas, outras para humilhá-los como homens, ou para roubá-los os seus legítimos direitos de trabalhador, saberá reconhecer quem é e será sempre o seu guia seguro, quem é o seu fiel defensor, quem é o seu Pai sincero?
Sim, queridos trabalhadores, o Papa e a Igreja não podem escapar à missão divina de guiar, proteger, amar acima de tudo os que sofrem, os mais queridos, os mais necessitados de defesa e ajuda, sejam eles trabalhadores ou outros filhos do povo.
Estamos felizes por anunciar-vos nossa decisão de instituir a festa litúrgica de São José Operário para o dia 1º de maio”.
José foi exemplo de paternidade, honestidade, humildade e fé, mesmo nos momentos mais difíceis de sua vida, momentos estes de decisão em prol de sua família. Jesus aprendeu com José e também trabalhou com ele, reproduziu toda sabedoria e exemplos que havia vivenciado. Outra característica do patriarca da Sagrada Família, também muito citada na Bíblia, era a Justiça. José era um homem íntegro, obediente às leis dos homens e à vontade de Deus. Comprometido com o bem-estar da sua família, era completamente dedicado à esposa e ao filho, com quem imigrou para um país estrangeiro em busca de segurança.
Além da própria Igreja, vários santos também ensinam o valor e a importância do trabalho, tais como São João Paulo II, São Bento, São José Maria Escrivá, entre outros. Todos também se espelharam no Patrono da Igreja.
O Papa Francisco, em sua homilia do dia 1º de maio de 2020, sabiamente destacou e ensinou que é o trabalho que torna o homem semelhante a Deus, pois com o trabalho o homem é criador, é capaz de criar, de criar muitas coisas; até mesmo de criar uma família para seguir em frente. O homem é criador e cria com o trabalho. Esta é a vocação. Ou seja, o trabalho tem em si uma bondade e cria a harmonia das coisas – beleza, bondade – e envolve o homem em tudo: no seu pensamento, na sua atuação, em tudo. O homem participa no trabalho. É a primeira vocação do homem: trabalhar. E isto dá dignidade ao homem. É a dignidade que o faz assemelhar-se a Deus. A dignidade do trabalho”, disse o pontífice.
E com São José, com sua vida dedicada Sagrada Família, exemplos, ações e obediência, aprendemos a importância do trabalho digno e honesto, o exemplo maior que podemos deixar para nossa descendência. São José, rogai por nós!
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